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História Recorrente



Qualquer semelhança com a situação comportamental, econômica, e política brasileira da atualidade, é mera coincidência

De 1848 a 1851, a França transitou de república parlamentar para o despotismo de Luís Bonaparte. O Brasil passa por uma situação muito parecida como aquela, que originou a Revolução de 1848. Entretanto, desde 2013, o Brasil caminha no sentido inverso: do híper-presidencialismo concentrador de poder, para um semiparlamentarismo de compartilhamento de forças, se tudo der certo...

Relembrando a História  
A crise econômica de 1847 da França, uma das mais profundas que o regime capitalista enquadrou na primeira metade do século XIX, aumentou o descontentamento. O desemprego levou à miséria centenas de operários. A produção reduziu-se bruscamente. As Caixas Econômicas são assediadas. Com a crise a influência das doutrinas socialistas sobre a classe operária aumentou. Um relatório encaminhado à Prefeitura de Potiá, de 14 de fevereiro de 1848, informava:
'As cidades industriais, Lyon, Rouen, Marseille, Toulouse, Grenoble, Saint-Etienne, Saint-Quentin, Louviers, os departamentos de Este (aqueles que são vizinhos da Suíça tais como Hant-Rhin, Varges, Doubs, Ain) fornecem um contingente de comunistas mais numeroso que em qualquer outro lugar'.
A crise se desenvolve numa atmosfera de escândalos que descobre aos olhos de todos aquilo que se tinha conseguido esconder: a podridão de um regime de ditadura, submetido a um punhado de banqueiros. A corrupção de um governo pessoal, a intolerância de um sistema político que recusava o direito de voto a milhões de franceses. Pensa-se naquela frase de Marx, que lembra que em certos momentos 'uma classe determinada é a classe do escândalo geral'. Embora o afirme um recente manual de história, esses escândalos não são o efeito de um 'acaso infeliz'. É a ilustração de um regime. Dois pares de França, Teste, antigo ministro dos Trabalhos Públicos e Presidente da Corte de Cassação e o General Despans-Cubières, antigo ministro da Guerra, são acusados de suborno. Eles tinham sido comprados pela companhia de minas de Gouteneau (Saône-et-Loire). Um outro par, o duque de Praslin, assassina a sua mulher, e preso se envenena. O príncipe d'Ecknuhl é também par de França e como tal toma parte na confecção das leis — e, entretanto, há mais de dez anos tem a assistência de um conselho judiciário, para a administração de seus próprios bens. O ajudante de Campo do rei, Gudin, é surpreendido escamoteando no jogo; o Diretor da Manutenção Geral se entrega à especulação sobre os cereais com o dinheiro do tesouro; o diretor de Subsistência de Rochefort suicida-se.
O jornal 'L'Époque', dócil a Guizot, é acusado por seu concorrente, 'La Presse', de passar 100.000 francos para fazer a campanha em favor da renovação do privilégio do diretor do Teatro Lírico, e de 1.200.000 francos para defender o Ministro do Interior, um projeto favorável aos chefes do Correio. E é desses círculos que partem as acusações as mais violentas contra os comunistas, aos quais se acusa de atentados à propriedade individual, à moral e à família.
E assim foi. Na revolução de fevereiro de 1848 os operários estavam na primeira linha de combatentes -  1848 é uma etapa à caminho do socialismo.
Foram os operários que se bateram nas barricadas de 1848. Foram eles que impuseram a proclamação da República democrática na revolução social, abrindo ousadamente o caminho para o reconhecimento dos direitos da classe operária. Em 25 de fevereiro de 1848, uma manifestação operária obtinha do governo provisório uma declaração do direito ao trabalho:

'o governo provisório da República Francesa se compromete a existência do operário pelo trabalho; se compromete a garantir o trabalho para todos os cidadãos; reconhece que os operários devem se associar entre si, para gozo de benefícios do seu trabalho'.
Entretanto, De 1848 a 1851, a França passou de república parlamentar para o despotismo de Luis Bonaparte.


Momentos

Revolução FrancesaA Queda da Bastilha, símbolo mais radical e abrangente das revoluções burguesas.
Governo fraco, guerras dispendiosas, a rivalidade colonial com a Grã-Bretanha e os excessivos privilégios do clero e da nobreza quebraram as finanças da monarquia e uma crescente insatisfação popular culminou na Revolução Francesa (1789). Em 1789, os representantes do povo nas Cortes convocadas por Luís XVI proclamaram a constituição da Assembleia Nacional, o primeiro passo na direção da monarquia constitucional. Contudo, Luís XVI não se mostrou disposto a colaborar com esta reforma política, provocando uma reação violenta por parte da população, cujo clímax se registou com a tomada da Bastilha em 14 de Julho de 1789. A igualdade civil foi estabelecida na noite de 4 de Agosto de 1789, e o regime feudal abolido; foram proclamados os direitos do homem. Fez-se então, com a Assembleia Legislativa (1791-1792), uma tentativa de monarquia constitucional, que fracassou, ocasionando a queda da realeza (10 de Agosto de 1792). Em seguida, através das crises e violências do Terror, a Convenção (1792-1795) salvou a França da invasão estrangeira. Contudo, a fraqueza dos sucessivos governos abriu caminho para o governo de Napoleão Bonaparte. 

O imperador Napoleão Bonaparte - Bonaparte organizou uma administração centralizada e sancionou no Código Civil (1804) as reformas sociais de 1789. A Primeira República (1792-1804), criada após a queda da monarquia Bourbon, durou até o Primeiro Império (1804-1814), sob o domínio de Napoleão I, quando a França tornou-se a potência política dominante na Europa. Napoleão teve de travar contra a Inglaterra e outros países da Europa uma luta ininterrupta, mas o bloqueio continental, o recrutamento e os impostos tornaram-no impopular. Em 1814, sob os golpes dos Aliados, o Império francês desmoronou, e a França reencontrou suas fronteiras de 1792. Depois da queda de Bonaparte, os Bourbons reinstalaram-se no trono - Luís XVIII (1814-1824), Carlos X (1824-1830) - apesar de uma breve tentativa de restabelecimento do Império (os Cem Dias, 1815).

As Revoluções de 1830 e 1848  -  O predomínio na sociedade francesa da aristocracia fundiária, fiel às ideias do Antigo Regime, entretanto, provocou a queda de Carlos X (1830) e o advento de uma realeza burguesa. O reinado de Luís Filipe (1830-1848), da dinastia de Orleans, foi marcado pela supremacia política e econômica da burguesia. A monarquia durou até a abdicação de Luís Filipe (1848). Durante este período, tendo perdido influência na Índia e no Canadá (conquistados por sua rival a Grã-Bretanha), a França começou a criar um império ultramarino no norte da África.

Napoleão III  -  As jornadas de fevereiro de 1848, que criaram a Segunda República, estabeleceram o sufrágio universal, mas as jornadas de junho de 1848, marcadas pela revolta operária, lançaram novamente a República no conservadorismo. A Segunda República durou até 1852, quando Louis Napoleão Bonaparte, sob o título de Napoleão III, proclamou o Segundo Império (1852-1870). Deu-se então a expansão do Império Francês, particularmente no Sudeste Asiático e no Pacífico. Do Segundo Império resta a lembrança de uma prosperidade material, de um desenvolvimento da indústria e do comércio, mas também de uma política exterior ao mesmo tempo idealista e eficiente, que terminou com a desastrosa guerra franco-prussiana de 1870-1871.


Imagem: Em Paris, líder politico Lamartine,1790-1869, rejeita a bandeira vermelha nas turbulências de 1848, em tela de Philippoteaux (Henri Félix Emmanuel Philippoteaux, 1815-1884, France)


(JA, Mai17)

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