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Carnaval no Brasil

                        Bloco Infantil Folia de Bonequins, que aconteceu na Rua Madre Cabrini, na Vila Mariana

Carnaval chegou, e você já está de fantasia e com confete na mão. Mas sabia que ele não foi sempre assim? Não se sabe bem quando a festa surgiu, mas se acredita que suas origens são da Idade Antiga ou da Idade Média —ou seja, muito tempo atrás, quando nem havia esse nome ainda.

E, apesar de abrigar um dos maiores carnavais do mundo —o da Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro—, o Brasil não foi o criador dele. Neste ponto, também faltam dados. Há registros que remontam à festa na Babilônia, civilização que se desenvolveu onde hoje é o Iraque, mas é tudo muito incerto.

Sabe-se que a festa era um ritual pagão, isto é, de uma tradição que cultuava vários deuses, e saudava a fertilidade na agricultura, ou seja, uma boa colheita. Por isso, ele acontece próximo ao fim do inverno e início da primavera no hemisfério Norte —que, no Sul (onde o Brasil está), corresponde ao fim do verão e início do outono.

Por aqui, ele chegou com os colonizadores portugueses e, é claro, seguindo o modelo da festa na Europa. ‘O Carnaval entrou no calendário gregoriano [o que usamos] pela Igreja Católica, que se apossou da festa’, afirma José Maurício Conrado, professor e pesquisador de cultura e linguagens da Universidade Presbiteriana Mackenzie, de São Paulo.

Tanto é que, um dia depois do fim do Carnaval, na Quarta-feira de Cinzas, começa a Quaresma, que é quando os cristãos costumam fazer algum sacrifício, como o de ficar sem comer chocolates, durante 40 dias.

Isso remete ao período em que Jesus Cristo vagou pelo deserto até ser crucificado e ressuscitar. ‘É quase como se a Igreja tivesse incorporado o Carnaval, permitindo que as pessoas se divertissem, exagerassem, mas, depois, deveriam se sacrificar’, diz Conrado.

Entrudo

‘Quando os portugueses trouxeram a festa para o Brasil, ela se chamava Entrudo’, diz o especialista em Carnaval. A palavra se refere à festa realizada em Portugal em que as pessoas jogavam umas nas outras baldes de água, ovos, e outros ingredientes, nos três dias que antecedem a Quaresma. Por lá, aliás, ainda se realiza o Entrudo.

Segundo o especialista em Carnaval, ele era uma tradição ‘um pouco grotesca’, que passou por uma transformação em terras brasileiras. ‘A corte começou a olhar para o que ocorria em locais como Veneza, na Itália, e na França, com as máscaras e alegorias, uma versão mais civilizada’, conta Conrado.

Assim, continua o especialista, o Carnaval foi se tornando elitista, das pessoas mais ricas, mas diversas comemorações também ocorriam em grupos à margem da sociedade, muito influenciadas pelos africanos escravizados.

O samba surgiu e entrou na festa, e, já mais perto da nossa época, em 1932, no Rio de Janeiro, foi realizado o primeiro desfile oficial de escolas de samba —embrião do que hoje vemos na avenida, transmitido na TV.

Reinaldo Bruno Alves, bibliotecário do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, e especialista em Carnaval, destaca a importância dos escravizados no desenvolvimento do Carnaval que conhecemos hoje, com samba e dança. ‘Mas foi só mais tarde, por volta dos anos 1970, que as escolas passaram a falar de orixás, divindades de religiões africanas e brasileiras’, diz.

Blocos e matinês

Além dos desfiles das escolas de samba, são tradicionais também por aqui os blocos e os bailes de clubes e casas de show —que costumam ser chamados de bloquinhos e matinês, respectivamente, na versão infantil.

Nos blocos, um grupo de músicos tocando marchinhas e outras músicas típicas da festa, comanda os foliões, que vão na frente, atrás, e ao lado, pulando e dançando. Eles podem ser parados, sem sair do lugar, ou circular pelos bairros. Neste ano, por exemplo, o Carnaval de rua de São Paulo teve mais de 765 blocos inscritos. Opção para curtir não falta.

Glossário do pequeno folião

Abre-alas

É o primeiro carro alegórico que aparece no desfile de cada escola. Ele vem após a apresentação da comissão de frente

Alegorias

São os carros que desfilam e os elementos cenográficos

Bloco

É o grupo de foliões que, no Carnaval, canta e dança pelas ruas ao som de músicas

Concentração

É o local onde a escola se prepara para o desfile

Enredo

É o tema central do desfile, criado a partir de pesquisas.

Marchinha

É a música de Carnaval, de ritmo animado

Mestre-sala e porta-bandeira

É o casal de dançarinos que conduz e apresenta a bandeira da escola durante o desfile

Samba-enredo

É a canção que puxa o desfile da escola de samba, que transmite o enredo escolhido

Trio elétrico

É aquele caminhão aonde vão os cantores que se apresentam nos blocos, como se fosse um palco no alto do veículo.

 

A imagem apresenta a palavra 'ALALÃO' escrita em letras grandes e coloridas, com um estilo divertido. As letras são de cores variadas: rosa, azul, laranja e amarelo, e estão acompanhadas de pequenas estrelas pretas e brancas ao redor.

 

Fonte: Luisa Alcantara e Silva | FSP

 

(JA, Mar25)

 

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