Atenas - Acrópole
“O mais significativo que me ocorreu nos
últimos tempos foi a viagem de três semanas pela Grécia.
Das viagens dos últimos anos, foi uma
das mais estimulantes − história, cultura, paisagens, praias, culinária,
simpatia das pessoas, preços razoáveis... É claro que sempre há uma ou outra
exceção, pois não existe paraíso terrestre; mas lidar com este ou aquele
percalço faz parte de qualquer viagem; do contrário, seria melhor ficar em
casa.
Começamos por Atenas, onde se recomenda ficar pelo menos uns três dias; ficamos cinco, e teria
dado para mais. O maior destaque é a acrópole (literalmente, ‘cidade alta’),
conjunto de edificações do século V AC , o ‘século de Péricles’, situado no
alto de uma colina e visível de qualquer ponto da área central de Atenas. Entre
outros prédios, se sobressai o Parthenon, com a harmonia de suas colunas.
Atenas tem excelentes museus − e o
mesmo deve ser dito de outras cidades que visitamos. Isso apesar de muitos anos
de pilhagem por exploradores ocidentais − notadamente ingleses, como o famoso
Lord Elgin, que levou frisos do Parthenon para o Museu Britânico. O governo
grego tem feito gestões no sentido de recuperar o acervo contrabandeado, e o
Museu da Acrópole, há poucos anos colocado num belo prédio de arquitetura
moderna, tem espaços reservados para as futuras devoluções.
Tessalônica
Também Também estivemos na charmosa cidade de Tessalônica, onde por vários séculos as comunidades judaica, cristã e muçulmana
tiveram muito boa convivência. Essa bela história teve um final trágico quando,
sob a ocupação nazista, quase todos os judeus foram deportados para campos de
extermínio.
Lesbos, Ilha de
Como é sabido, muitos refugiados sírios
e afegãos têm ido dar em praias da Grécia, sobretudo na ilha de Lesbos, perto do litoral turco, pretendendo dali partir para um recomeço de vida
na Alemanha ou em outros países prósperos da União Europeia. Não chegamos a
cruzar com esses grupos, mas em Tessalônica, Odete e eu visitamos uma exposição
fotográfica dedicada ao problema. São fotos eloquentes e tristes, e como se não
bastasse a crise humanitária ali presente, há as violências sofridas pela ação
de grupos xenófobos contrariados com a acolhida aos refugiados (a bem da
verdade, pesquisas registram que os gregos se encontram entre os mais
receptivos, na comparação com outros europeus). Nas fotografias tomadas nos
acampamentos, também há o retrato de uma vida que segue em frente: pais que
procuram entreter os filhos, crianças que brincam juntas... Chamou-nos a
atenção a foto de três ou quatro jovens que depois de cruzar o mar em um bote,
estavam acabando de aportar na praia: exultantes por terem escapado com vida e
dispostos a enfrentar o que ainda os aguarda, os quatro se abraçam e fazem
questão de registrar um "selfie"...
Meteora
Também fomos a Meteora, onde estivemos percorrendo os mosteiros impressionantemente encravados
no alto de montanhas. E de lá, voltamos a Atenas para tomarmos o avião para a
bucólica ilha de Paros, de onde seguimos de ‘ferry’para Creta, etapa final da viagem.
Paros, pequena praia de
Vários amigos nos perguntaram da crise
econômica grega. A olho nu, quem faz uma viagem como a nossa − apenas três
semanas, exclusivamente na capital e em polos turísticos, e em alta temporada −
não consegue notar sua existência. Moradores de rua? Menos do que vemos por
aqui. Mendicância? Menor que a de Paris. Assédio de ambulantes e outros
vendedores? Praticamente inexistente.
Creta, Chania (Souda)
A infraestrutura e os serviços
funcionaram adequadamente. Há todo um cuidado para garantir que seja assim,
pois o turismo, com cerca de 20 milhões de visitantes por ano, tem enorme
importância para a economia do país (16% do PIB).
O aprendizado do alfabeto grego, que me
ficou dos velhos tempos, teve alguma utilidade na hora de decifrar letreiros.
Mas quase sempre eles estavam acompanhados de sua transcrição em caracteres
latinos. Na prática, o que funcionava era o inglês, e em toda parte −
restaurantes, lojas, táxis, guichês variados − se encontram pessoas que o falam
com fluência. Do grego moderno, era simpático usar uma ou outra expressão de
cortesia para dar bom dia, agradecer etc.” (de Antônio
Carlos Boa Nova - Anchieta, Friburgo)
“Ao visitarmos países, cidades diferentes, acabamos descobrindo um pouco mais sobre nós próprios.”