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Arthur Conan Doyle

                                                          Conan Doyle, por Sidney Paget, 1897


Médico e Escritor
Filho de um inglês de ascendência irlandesa - Charles Altamont Doyle - e de uma mãe irlandesa - com nome de solteira Mary Foley - que se casaram em 1855 Família rigorosamente católica, herdando da mãe o caráter cavalheiresco, tendo sido ela quem lhe ministrou as primeiras letras.
Embora ele seja hoje conhecido como ‘Conan Doyle’, a origem de seu sobrenome composto (se é que ele queria que esse nome fosse assim entendido) é incerta. O seu registro de batismo na Catedral de Santa Maria em Edimburgo afirma que ‘Arthur Ignatius Conan’ é seu nome cristão, e apenas ‘Doyle’ é seu sobrenome. O batismo também intitula Michael Conan como seu padrinho.
Conan Doyle foi enviado para o curso preparatório num colégio jesuíta da vila de Hodder Place, Stonyhurst (em Lancashire) quando tinha nove anos.
Matriculou-se em seguida no Colégio Stonyhurst mas, em 1875, quando concluiu o colegial, rejeitava o cristianismo e se tornou agnóstico; esse questionamento surgiu de sua admiração pelo escritor Thomas Babington Macauley, que se dizia agnóstico e, após ouvir uma preleção onde um padre afirmara que os não católicos iriam para o inferno, seus questionamentos fizeram-se mais agudos. Mais tarde outro agnóstico viria a influenciá-lo - Dr. Bryan Charles Waller. Literariamente, foi fortemente marcado por Walter Scott e Edgar Allan Poe, além de Macauley.
Entre 1876 e 1881, ele estudou medicina na Universidade de Edimburgo, passando também um tempo na cidade de Aston (hoje um distrito de Birmingham) e em Sheffield. Em 1878, por exemplo, trabalhou por três semanas, em troca de casa e comida, como médico aprendiz nos subúrbios de Sheffield, de cuja experiência relatou em carta: "Esta gente de Sheffield preferiria ser envenenada por um homem com barba, do que ser salva por um homem imberbe".
Enquanto estudava, começou a escrever pequenas histórias; sua primeira obra foi publicada antes de completar os 20 anos, aparecendo no Chambers’s Edinburgh Journal. Ainda estudante teve sua primeira experiência naval, como médico numa baleeira, onde ficou sete meses no Oceano Ártico.
Após a sua formação na universidade, em 1881, serviu como médico de bordo no navio "Mayumba" em viagem à costa Oeste da África mas em outubro daquele ano a embarcação passou por sérias dificuldades no mar e, quando retornou a Liverpool no ano seguinte, Doyle escreve a sua mãe - que o incentivara nesta aventura - dizendo que não mais embarcaria pois "o que ganho é menos do que poderia ganhar com a minha pena ao mesmo tempo, e o clima é atroz."
Completou seu doutorado versando sobre tabes dorsalis (*) em 1885.
(*) Tabes Dorsalis é uma lenta degeneração de neurônios que carregam informação sensorial para o cérebro. Os nervos que se degeneram nesta doença estão localizados nas colunas dorsais da medula espinhal e carregam informações que ajudam a pessoa a manter seu senso de posição (propriocepção), senso de vibração e toque fino (sensibilidade epicrítica). É o resultado de uma infecção por sífilis terciária (Após 15 a 25 anos da infecção inicial) que geram inflamação e atrofia em nervos da coluna vertebral.

Sherlock Holmes
Há quem não reconheça o escritor escocês Arthur Conan Doyle pelo nome, mas é bem difícil encontrar alguém que jamais tenha ouvido falar do personagem mais famoso inventado por ele: Sherlock Holmes.  Ele ficou mundialmente famoso por suas 60 histórias sobre o detetive Sherlock Holmes, consideradas uma grande inovação no campo da literatura criminal
Em seus livros de ficção de detetive, Doyle fornece uma pedra de toque para o leitor que procura um guia para a fórmula para a boa história. Muitos elementos clássicos do estilo e técnica são utilizados com grande sucesso nas histórias de Holmes.
Característica das aventuras de Holmes é o uso do narrador em primeira pessoa que não seja o detetive. Watson, menos atento do que Holmes, apresenta as pistas para benefício do leitor; parte da emoção da leitura é na solução do crime, utilizando informações fornecidas por Watson - sem o benefício da análise do médico. O narrador em primeira pessoa também permite Doyle para mascarar informações do leitor, porque Watson é limitado em saber o que Holmes descobre quando ele está longe, ou de saber o que Holmes está pensando.
Um outro dispositivo familiar da história de detetive é a presença de ‘pistas falsas’, pistas falsas traçada através da sequência para distrair o leitor incauto da evidência de que é pertinente para a resolução do crime. As pistas falsas servem a um propósito duplo: Eles também jogam Holmes fora da pista momentaneamente, somando-se o suspense e, finalmente, para o realismo da aventura.
Amplo diálogo é o principal método para a apresentação de informações de fundo e por revelar método do detetive de operação, fornecer aos leitores detalhes essenciais para resolver o crime, e explicando como provas devem ser interpretados. Este diálogo é equilibrado com descrições detalhadas, hora de local e caráter.
A emoção de ler essas histórias é em fazer deduções adequadas de uma  infinidade de informações e desinformação. Como em todas as histórias de detetive de primeira classe, as provas fornecidas permitem ao leitor cuidadoso chegar à resposta certa. Sem truques, são levados ao final do conto. Basta exercer a habilidades de raciocínio indutivo para poder agir como o detetive mais bem sucedido do mundo.

Livros
Seus livros de ficção mais populares:
                      















Filmes
Também foram produzidos dezenas de filmes baseados em seus livros. Os de maior bilheteria: 



Sherlock Holmes é um filme estadunidense-alemão de 2009, dirigido por Guy Ritchie e estrelado por Robert Downey Jr., Jude Law, Rachel McAdams, Mark Strong e Kelly Reilly.







Mr. Holmes é um filme anglo-estado-unidense dos gêneros drama e mistério policial, realizado por Bill Condon, com base romance de 2005, ‘A Slight Trick of the Mind’ do autor norte-americano Mitch Cullin.







Sherlock Holmes: A Game of Shadows, também conhecido como Sherlock Holmes 2, é um filme estadunidense e britânico de 2011






"O talento de um cronista, mais do que causar estranheza ou incômodo, está em conseguir gerar identificação. Assim, o grande escritor do gênero é  o que consegue dizer o que todos já  sabem, mas de uma maneira absolutamente própria."

Espiritismo
Os romances policiais estrelados pelo detetive garantiram ao seu criador um lugar de destaque na história da literatura. Entretanto, o que pouca gente sabe, é que Conan Doyle, além de brilhante romancista, também foi um dos mais aguerridos divulgadores do espiritismo.
Oriundo de uma família católica e educado por jesuítas, Conan Doyle nada tinha de espírita até os 28 anos de idade. Ao contrário! Depois de se formar médico, em 1882, revelou-se um tremendo materialista. Renunciou não apenas ao catolicismo mas a toda e qualquer religião, passando a se autodenominar agnóstico - aquele que se julga incapaz de afirmar se Deus existe ou não.
Tudo mudou em 1887. Depois de visitar o amigo Alfred Wilkes Drayson, um importante astrônomo convertido ao kardecismo, Doyle voltou para casa quase convencido de que a existência de vida após a morte era um fato. "Ele não era homem de aceitar facilmente as coisas", afirma a pesquisadora Maria Aparecida Romano, em artigo publicado na Revista Cristã de Espiritismo. "Mas, diante dos seguros argumentos apresentados por Drayson, foi levado a meditar e ler algumas obras espíritas. Em pouco tempo, estava familiarizado com as verdades da nova doutrina."
Espiritismo, àquela altura, já não era novidade. O Livro dos Espíritos, no qual Allan Kardec estabelece os princípios da doutrina, já circulava havia 30 anos. Mas demonstrações de mediunidade, como as famosas sessões de mesas girantes, continuavam mobilizando corações e mentes. Doyle passou a frequentá-las.
Numa dessas reuniões, ainda desconfiado de que tudo não passava de trambique, perguntou às entidades que ali se manifestavam: "Quantas moedas tenho no bolso?" Ouviu como resposta uma desconcertante reprimenda: "Estamos aqui para instruir e elevar as almas, não para fazer adivinhações". Dali em diante, Doyle se entregaria ao estudo de fenômenos supostamente espirituais. E não apenas se converteria ao espiritismo. Ele se transformaria numa espécie de soldado da doutrina..

Nas décadas seguintes, o escritor alcançaria fama mundial com as aventuras de Sherlock Holmes. E colocaria todo o prestígio amealhado com elas a serviço de sua nova crença. Doyle atraiu multidões a dezenas de palestras doutrinárias. De 1915 em diante, praticamente abandonou a ficção - passou a escrever apenas obras espíritas. A mais conhecida, ‘História do Espiritismo’ (Pensamento), é um clássico - até hoje considerada um dos mais completos relatos sobre a origem e o desenvolvimento da doutrina. "Dada a projeção de seu nome", diz a pesquisadora Maria Aparecida, "deve-se a Arthur Conan Doyle parte da penetração do espiritismo em muitos países, notadamente aqueles de língua inglesa."
O envolvimento de Arthur Conan Doyle com o espiritismo rendeu problemas para quem não tinha nada a ver com isso: o detetive Sherlock Holmes, seu personagem de ficção mais famoso.

Em 1929, a série de contos intitulada As Aventuras de Sherlock Holmes foi proibida na União Soviética, que acabava de comemorar os primeiros dez anos de revolução comunista. Tudo porque em outra obra, História do Espiritismo, Doyle louvava fenômenos supostamente espirituais produzidos por médiuns como Eusapia Palladino. O escritor acabou acusado por Stálin de fazer propaganda do ocultismo, algo incompatível com o ateísmo de Estado que vigorava naquele país.


‘A Nova Revelação’, Arthur Conan Doyle - Nesse pequeno livro  (135 páginas), publicado originalmente em 1918, o escritor descreve como se deu sua conversão ao espiritismo.




"Qualquer coisa, se corretamente entendida e escrita, encerra uma promessa de iluminação."   (Christopher Hitchens, 1949-2011)



(JA, Ago16)


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A composição deste texto foi baseada na opinião do autor, e em informações colhidas de diversas fontes: Wikipédia, Ed. Abril, entre outras. 
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