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Urna x Necessidades, Expectativas


Eduardo durante toda a sua vida foi um idealista, com preocupações sociais. Esse seu comportamento provavelmente tenha a ver com a sua  própria história familiar, onde o trinômio ‘trabalho, estudo e superação’ era um lugar comum, praticado normal e inconscientemente.  
 A sua história de vida é similar a de milhões de brasileiros. Seu avô foi um imigrante italiano que veio para trabalhar na lavoura, numa pequena cidade do interior paulista.  Era um homem comunicativo e cheio de iniciativa, tanto que logo conseguiu se transferir do campo para zona urbana da cidade, passando a trabalhar então no segmento de transporte. Anos mais tarde, acabou por ser eleito prefeito daquele município; teve e criou cerca de nove filhos. Como era comum naquela época, onde ter estudo não era tão valorizado como ter uma profissão, seus filhos cursaram apenas o ensino fundamental básico.
Um de seus filhos, o pai do Eduardo, aprendeu os oficios de alfaiate e de barbeiro, lá mesmo na sua cidade de origem. Certo dia, imaginando que teria maiores chances de progresso numa cidade maior,  veio morar,  inicialmente, em Santos, cidade do litoral paulista, seguindo o exemplo de seu irmão, que havia vindo anteriormente. Trabalhou como alfaiate durante algum tempo, junto com irmão e, em seguida, optou em ir para a capital, São Paulo. Imaginava que lá, certamente, não teria dificuldade para conseguir trabalho, uma vez que era um profissional qualificado, como 'Oficial de Barbeiro’.
Sendo bem apessoado e articulado, logo conseguiu emprego num salão que tinha uma boa localização e era frequentado por empresários e comerciantes bem sucedidos. Logo conquistou seu espaço, ser aceito no novo ambiente de trabalho. Conheceu, namorou e se casou com uma jovem enfermeira, ainda da época da fundação do Hospital das Clínicas.  O primeiro filho do casal foi o Eduardo;  anos mais tarde, tiveram o segundo filho, Carlos.  
Criaram esses dois filhos da melhor maneira, dentro das suas possibilidades.  Ambos, ao entrarem na faculdade, já estavam trabalhando e puderam arcar com os custos decorrentes, tanto da faculdade como dos cursos de especialização que fizeram depois.
 Eduardo e Carlos casaram-se, têm filhos na faculdade, cada um a sua casa própria - ao contrário de seus país que sempre viveram em casa de aluguel,  e desfrutam de um padrão de vida acima da média da população brasileira.  Ou seja, conseguiram, mediante esforço e planejamento comuns, proporcionar para seus filhos, a quarta geração, uma evolução na escala social de uns oito degraus, considerando a situação deles em relação à dos seus bisavós.
Atualmente o Brasil está passando por um momento de crise econômica (déficit fiscal, impostos e juros elevados, moeda nacional desvalorizada, inflação alta com tendência de alta,...); crise de infraestrutura (portos, assistência médica, educação, transporte, ...); uma cultura na qual a corrupção é tão frequente que já é aceita como normal;  em decorrência do comportamento desonesto (mau) ser aceitável, e de  muitos levarem vantagem sobre quem se comporta bem, sem punição, foi havendo uma perda de valores o que acabou por levar muitas pessoas criadas dentro dessa cultura, a terem um comportamento no mínimo inconveniente.  Eles se julgam no direito de terem as mesmas coisas que aqueles que podem pagar para tê-las: casa própria, roupas, carros, acessórios, etc. E, não hesitam em praticar atos violentos, criminosos, para obterem o que acham que é seu 'de direito'.  O viés socialista do governo, ao invés de punir, tenta contemporizar, atender essas reivindicações, muitas delas descabidas e ilegais, justificando essa iniciativa, esses gastos públicos, pelo fato de serem destinados a pessoas ‘humildes’ e carentes, apoiadas, na maioria das vezes, por partidos políticos, movimentos dos sem isto ou sem aquilo. Assim, demonstram uma preocupação social oportunista que favorece aparecerem positivamente na mídia, conquistando mais adeptos para a ‘causa’ e, principalmente, mais votos.
Eduardo se sente incomodado com essa degradação de valores. A impressão que tem é que está perdendo aquele país no qual nasceu, cresceu, onde conquistou isso ou aquilo, um país em que sempre acreditou – tanto que recusou por quatro vezes oportunidades vantajosas para trabalhar no exterior. O Brasil do cenário atual, com as tendências sociais e econômicas sinalizadas, onde seus filhos pretendem construir o seu futuro,  é um país cujas estruturas estão prejudicadas, e que, certamente, não sustentarão  o ele  poderia ser: uma ilha de tranquilidade e progresso, habitada por um povo cordial e culto, desfrutando de uma relação emprego/salário equacionada de forma a proporcionar uma qualidade de vida digna para todos, com garantia de educação, saúde e transporte público adequados, igual ou acima da média internacional.
Acompanhando a campanha politica que está havendo neste ano, quando, democraticamente, serão eleitos  Presidente, Governadores de Estado, Senadores, Deputados Federais e Estaduais. Concluiu, pelo resultados das pesquisas e das conversas em que tem participado,  que tanto os eleitores como os candidatos não estão desempenhando seu melhor papel.
Os eleitores são voláteis em suas opiniões e escolhas, e são poucos os que se interessam por política. A maioria faz a sua opção mais motivada pelos 'sinais', do que pelo cansativo acompanhamento dos conteúdos debatidos.  Além disso, na média, é ingênuo ou desinformado. Por exemplo, muitos acreditam na afirmação do partido da situação, que já está há doze anos no poder, de que, se reeleito, cuidará para que o seu governo seja um governo novo, com ideias novas.  Considerando as suas escolhas dos últimos anos, a situação econômica/social deficitária pela qual o país passa, a sua simpatia por sistemas de governo vencidos, extemporâneos, fica difícil de acreditar. Certamente, seu governo novo,  suas ideias novas, serão antiquadas para o padrão atual,  contemporâneo, ambicionado pela maioria do eleitorado esclarecido.

Os candidatos, por outro lado, promovem o seu nome na companha através de causas midiáticas impactantes,  com o intuito de sensibilizar o eleitorado, e a facilitar a sua eleição, sem assumirem honestamente o compromisso de pô-las em prática no futuro, caso sejam eleitos.
Mas por que chegamos nesta situação? Observou que, embora as aspirações, as necessidades do povo sejam inúmeras, muitas vezes ele não consegue expressá-las devidamente, através do voto, das urnas. E os eleitos, a quem caberia assumir a responsabilidade de representar seus eleitores durante os mandatos conquistados, não o fazem. Continuam agindo como eternos candidatos, procurando manter a simpatia dos eleitores, de uma forma pontual e populista, aparecendo ‘bem na foto’, passando uma imagem positiva, para facilitar a eventual reeleição, para continuar a desfrutar das vantagens inerentes ao poder. 
Eduardo entende que, uma vez que o povo não consegue expressar devidamente suas necessidades e aspirações, caberia aos candidatos eleitos descobri-las e priorizá-las, considerando seus efeitos negativos decorrentes. E, finalmente, que trabalhassem para atendê-las, de uma forma sistêmica e eficaz. Esse é, ao seu ver, o caminho da superação.
Para conseguir reverter esse estado de coisas, sugere aos eleitores mais esclarecidos que, ao invés de fazerem uma pregação ideológica das suas crenças, pretendendo que todos pensem como eles,  estimulem o povo a pensar e a definir  ele mesmo as suas necessidades e aspirações específicas. E, em seguida, a dar o seu voto de forma consciente, exclusivamente para aquele candidato que se proponha a atendê-las, e que lhe tenha conseguido passar  credibilidade, demonstrado um interesse sincero de lutar pela consecução. Que ignorem aqueles candidatos aventureiros e cínicos, que escarnecem da sua inteligência, pregando projetos generalistas e idílicos, sem intenção honesta de batalhar por eles.  

 “A esperança é o sonho do homem acordado.” (Aristóteles)



(JA, Out14)

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