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Mostrando postagens de junho, 2014

Servir

“Uma talentosa menina de 13 anos ganhou um prêmio num concurso de canto, e, por conta disso, foi convidada para cantar o hino nacional, num estádio de futebol lotado, antes de do início de uma partida importante.  Na hora de cantar, todos aguardando, ela percebeu a grandeza do momento e a sua fragilidade. Começou a tremer, engasgou, esqueceu a letra .... deu um branco! O público não perdoou e começou a 'zoar', ameaçando  vaiar. O técnico de um dos times, que estava próximo dela,  diante da situação, se adiantou, se colocou a seu lado, e começou a cantar, incentivando a menina e o público a cantar também.  A  cena foi emocionante. Sua iniciativa salvou o momento.” Diante desse fato, a questão que fica é: ‘Por que só o técnico tomou a  iniciativa  de ajudá-la, enquanto que os demais, em volta dela, só observaram estupefatos... ?' É simples: ‘Ele teve uma  atitude que poucos estão preparados para ter. Demonstrou solidariedade e desprendimento.'  Naquele mome

Superação

Ele nasceu em uma família simples, de classe média.  Seus pais eram filhos de imigrantes que vieram para o Brasil, para o interior de São Paulo, para trabalhar na lavoura. Eles, da segunda geração,  quando moços, vieram para a capital, onde havia maiores oportunidades. Aprenderam uma profissão e começaram a trabalhar. Conheceram-se e se casaram. Viviam numa casa alugada, como quase todos naquela época, e ganhavam o suficiente para o seu sustento. As diversões consistiam em visitar parentes e, eventualmente, ir ao cinema no final de semana.  Naqueles dias ainda se trabalhava aos sábados, até às 14h. E, então, começava o esperado final de semana. O programa recorrente aos domingos, após ir à missa, era ir à feira. Lá era  eram comprados: peixes,  frutas, legumes e folhas, para abastecer a casa para a próxima semana.  E todos viviam felizes nesse universo. Ele, embora nunca tenha entendido como foi possível, sempre estudou em bons colégios, normalmente particulares. Certa vez, su

Arte da Graça

Waldemar Seyssel, mais conhecido como Arrelia, 1905-2005, ator, humorista e palhaço brasileiro. Lembro-me que, há alguns anos atrás, um senhor de idade, vestindo terno e gravata, entrou no salão do restaurante do Clube Paineiras do Morumby. Foi num desses almoços de fim de semana. As pessoas o viram e começaram a reconhecer: " - É o palhaço Arrelia! "   Ninguém havia anunciado, ninguém o esperava Quem estava ali, independentemente da idade, espontaneamente se levantou, abriu espaço para sua passagem, e começou a aplaudi-lo. Ele, humildemente, sorrindo agradecendo, continuou seguindo, buscando seu lugar. Foi emocionante. Tanto por nos ter sido proporcionada uma volta ao passado, como pela oportunidade de prestarmos uma homenagem àquele que foi um dos nosso ídolos da infância, Isso que aconteceu demonstrou claramente - o povo não esquece aqueles que fizeram parte da sua vida, acrescentado, trazendo felicidade.. (JA, Jun14)

Empatia

Atualmente vivemos num mundo que a moda é apenas olhar para si mesmo. Colocamos nossa felicidade e nossos desejos num pedestal e nos esquecemos de pensar nos outros. É importante desenvolvermos sentimentos como de empatia e solidariedade nesta época individualista em que vivemos. Cooperação e gentileza fazem bem para a nossa própria felicidade, para nossa saúde, e até para a economia. A competição entre as espécies e os comportamentos egoístas decorrentes, de acordo com o biólogo britânico Richard Dawkins,  são normais, uma vez que o objetivo prioritário dos seres vivos é se propagar.  Isto poderia ser verdadeiro para os nossos ancestrais. Entretanto, diante do processo evolutivo pelo qual passou a humanidade, ficou evidente que nem sempre colocar as próprias vontades e necessidades em primeiro lugar é o mais aconselhável.  Para preservar a sobrevivência da espécie os homens precisaram cooperar uns com os outros, mesmo com os que estivessem fora do seu círculo familiar. Co

Mundo Melhor

Um homem, ainda jovem, vinha caminhando por uma estrada empoeirada, meio deserta. Ele estava surpreso por se encontrar ali – não se recordava de quem ele era,  de onde veio, nem de como veio parar ali, e muito menos do motivo. Continuou andando, até que um dos raros veículos que passavam por ali, uma caminhonete,  parou e o motorista, um senhor de idade,  lhe preguntou se ele era o novo jardineiro da ‘Casa de Repouso’, e se queria uma carona. Para evitar ter que dar explicações que não tinha, e para sair daquela situação, concordou. Entrou no veículo, agradeceu e se apresentou como Roberto – um nome que inventou na hora. Durante o caminho, ficou sabendo que aquele homem era um padre e era quem administrava a Casa. Chegando lá, foi informado onde ficava o seu quarto, os horários e onde ficavam guardadas as ferramentas que ele precisaria para executar seu trabalho. No dia seguinte, começou a trabalhar, dando prioridade às partes do jardim externo que estavam em pior estado.  C

Evolução

Uma amiga minha comentou que quando necessita utilizar um banheiro público, procura não tocar em nada. E, quando não tem outro jeito, procura escolher um ponto inusitado, que provavelmente não seria utilizado pelos demais usuários.  Isso me lembrou a historinha do menino e da menina que ficaram perdidos na floresta. Eles acabaram por encontrar uma casa, onde procuraram ajuda. Foram atendidos por uma velhinha que parecia aquela bruxa das lendas: toda enrugada, nariz adunco, com uma boca que parecia suja, com poucos dentes e com os que tinha, parecendo podres. Como já era noite e estava frio,  a 'bruxa'  ofereceu para eles um chá.  O menino viu que a xícara que ela lhe serviu tinha um pequeno quebrado na borda e resolveu tomar o chá por ali, onde normalmente ninguém poria a boca. A 'bruxa', vendo aquilo, comentou: "- Aí que graça! Sempre que uso essa xícara para tomar chá, também bebo por essa rachinha." Quanta coisa fazemos e sentimos, julgando que é

Perspectivas

     As crianças, mesmo estando sendo conduzidas, podem nos apontar o melhor caminho. Às vezes cruzamos com determinadas pessoas na nossa vida e, naquele relacionamento social, superficial, não nos damos conta dos problemas que elas podem estar carregando, muitas vezes graves,   os quais elas   dificilmente terão condições ou capacidade de administrar sozinhas.   E vamos indo em frente, indiferentes, carregando os nossos próprios.   Um dos problemas mais comuns  é a falta de perspectiva. E mbora não seja emergencial,   não é menos grave.  Ocorre quando a pessoa não sabe, ou não consegue descobrir, o que deve fazer para sair da situação em que foi colocada ou  levada. Muitas vezes ela está, inconscientemente, caminhando para o desastre, numa rota de colisão inevitável.   E, passiva, aceita o ‘seu’ destino. O que fazer? Difícil dizer o que fazer, uma vez que cada caso é um caso. As soluções comuns, genéricas, podem até ajudar, mas não são as mais indicadas.  Idealmente   as me

Festa Junina

Ontem estivemos na Festa Junina do Clube Paineiras do Morumby. Uma festa prestigiada por um grande público. Tudo lindo, muito bem arranjado: a decoração perfeita, uma praça de alimentação muito bem estruturada, apresentação de várias bandas e grupos de dança bem selecionados. Enfim, nada a criticar. Muito pelo contrário. Como não podíamos perder o show principal da noite, o do ‘Michel Teló’, marcado para as 20h, todos  ficamos aguardando. Eram 20:20h e todos ainda permaneciam no aguardo – havia sido  ultrapassada a barreira dos 15' que, como os estrangeiros são informados, é considerado um atraso normal aqui no Brasil . Estranhei porque havia visto pela manhã o ônibus da equipe naquele estacionamento do clube que está interditado.  Será que que o MT estava dormindo no ônibus, e esqueceram de chamar?!  Ou será que ele adotou o ‘Padrão Globo’ de qualidade do passado? Lembram-se quando a ‘novela das oito’ começava às nove horas da noite?  Até que resolveram corrigir, e passaram

Rotina

Ela já tinha passado dos cinquenta anos. Um dia acordou no meio da noite, começou a pensar que a sua vida atual consistia numa rotina recorrente. Todos os dias eram mais ou menos iguais, tirando uma coisa ou outra. Refletindo ainda mais, chegou à conclusão de que sempre foi assim, exceto pelos eventos naturais, aqueles que  ocorrem na vida de qualquer um: começar a frequentar a escola, primeiro namorado, formatura, primeiro emprego, aumento de salário,  noivado, compra do primeiro apartamento, casamento, filhos, desemprego, negócio próprio, etc. Mais tarde, procurando se informar descobriu que “O que faz a diferença numa vida, individual ou coletiva, são os atos. E os atos são raros.” (Jacques Lacan) Um ato não é apenas algo inédito (muitas novidades são repetições disfarçadas), mas é algo que transforma a pessoa radicalmente, que produz  um novo sujeito. Não é pouco frequente que a maioria passe a vida inteira sem produzir ato algum, só cumprindo o que lhe é destinado, só p

Mudanças

o   “Quem disse que eu me mudei? o o    “Quem disse que eu me mudei? o           Não importa que a tenham demolido: o            a gente continua morando na velha casa em que nasceu”.  (Mario Quintana) As mudanças podem ser negativas ou positivas, podem acarretar perdas e ganhos, podem trazer sentimentos dolorosos - tristeza, medo, revolta, raiva e culpa -, ou prazerosos - alegria, felicidade, completitude. As causas mais comuns das negativas, das perdas, são: doenças, morte de entes queridos, mudança de cidade, de emprego, de condição social, de separações ou da não realização de um sonho ou ideal.  A princípio parecem um mal irreparável, e muitas vezes somos levados a ficar revoltados, ou com a sensação de que fomos privados de algo que nos pertencia, a que tínhamos direito. Negar a dor é inútil porque os sentimentos ficam no nosso inconscientemente por um certo tempo, e depois acabam por afluir a forma de depressão, isolamento, fuga e estresse. Portanto,  c

O meu céu não tem estrelas

O meu céu não tem estrelas. Tudo é vazio; não há referências. Sinto-me caminhando sobre nada, contornando obstáculos inexistentes, batalhando sem ter razões, indo com grande esforço para nenhum lugar, ou para um outro semelhante a este. Não gosto de pensar sobre isso pois acabo ficando deprimido e perdendo meu foco racional, meu objetivo definido. Aliás, isto não é verdade - nem deprimido consigo ficar. Acabo por ser  apenas um indiferente observador. E o foco, o objetivo definido, não posso perder - é a única coisa que me move.  Nada tem um significado maior – nem a morte, nem a vida. Tudo o que acontece se enquadra num único plano, completando uma sequência recorrente. Tudo se completa para formar um nada, nem visível, nem concreto. Entretanto, é importante que se complete, para seguir o plano mestre. Um plano que não é físico e nem espiritual, mas que resulta na união da matéria e antimatéria, da energia existente e da gerada. Um plano que prevê que tudo se encontre e int