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Mostrando postagens de outubro, 2017

Monumento aos Soldados Brasileiros na Italia

Pistoia, uma cidade italiana, a meia hora de trem de Florença, abrigou entre 1945 e 1960, os corpos de 465 soldados brasileiros mortos na II Guerra Mundial. Em 1960 seus restos foram trasladados para o monumento então inaugurado no Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro. Hoje, no antigo cemitério de Pistoia, junto a uma bandeira do Brasil e uma pira eterna, ergue-se uma elegante peça de concreto, com formas que lembram uma tenda, ou, melhor ainda, um baldaquino. Desenhado pelo arquiteto modernista Olavo Redig de Campos, 1906-1984, o monumento lembra os brasileiros caídos em combate e serve de abrigo ao soldado desconhecido: um último pracinha, encontrado no campo de batalha de Montese depois do traslado dos demais e nunca identificado, repousa entre suas esguias colunas. Num local retirado, junto a uma estrada de pouco movimento e na vizinhança de plantações de oliveira, o Brasil assinala aqui uma presença silenciosa e honrosa. A participação do país na guerra vai desaparecen

Papel da Arte na Revolução Russa

‘Refaçam tudo. Organizem de modo que tudo seja feito novo, para que nossa vida falsa, suja, chata e feia se torne justa, limpa, feliz e linda’, escreveu o poeta russo Alexander Blok, em 1918. A ideia de ruptura radical -e recomeço- está no âmago da Revolução Russa, um dos eventos definidores do século 20. Nas artes e na cultura aconteceu o mesmo. A ideia de zerar o passado para erguer novos e melhores modelos de indivíduo e sociedade, é central nas vanguardas russas e, em especial, na corrente conhecida como construtivismo. Iniciada em fevereiro (março, segundo o calendário gregoriano) de 1917 com a troca do regime do czar Nicolau II por um governo socialista provisório, a revolução resultou na ascensão ao poder do grupo bolchevique liderado por Vladimir LEnin em outubro (ou novembro, pela marcação gregoriana). Nesse contexto, diversos artistas russos, incluindo nomes que já tinham projeção no país, como o poeta e escritor Vladimir Maiakóvski e o pintor Kazimir Malevich, aderi

História da Riqueza no Brasil

Jornalista e historiador Jorge Caldeira lança o livro sobre economia brasileira        Autor de obras relevantes para a compreensão da história econômica do país, como ‘Mauá, Empresário do Império’, 1995, e ‘Nem Céu Nem Inferno’, 2015, o escritor e jornalista Jorge Caldeira, 61, lança ‘História da Riqueza no Brasil’, um de seus livros mais ambiciosos. Mestre em sociologia e doutor em ciência política, ambos pela USP, Caldeira reavalia parte expressiva dos rumos econômicos trilhados pelo país. Ele diverge da historiografia tradicional, por exemplo, nos capítulos dedicados ao Brasil colônia. De acordo com os autores clássicos, nesse período só o latifúndio produzia riqueza, que era enviada ao exterior em sua quase totalidade. Caldeira, contudo, escreve que a colônia tinha um mercado interno forte, muito além das grandes propriedades, e uma economia mais dinâmica que a da metrópole. Para alcançar conclusões como essa, ele recorreu intensamente à antropologia e à econome

Primeiros Traços da Arte Moderna – Impressionismo

                          Mulher com guarda-sol, Madame Monet e seu filho, Claude Monet, 1875                     ‘Nada se parece tanto com o que chamamos de inspiração quanto a alegria com que a criança absorve a forma e a cor. Ousaria ir mais longe: afirmo que a inspiração tem alguma relação com a congestão e que todo pensamento sublime é acompanhado de um estremecimento nervoso, mais ou menos intenso, que repercute até no cerebelo. O homem de gênio tem nervos sólidos, na criança eles são fracos. Naquele, a razão ganhou um lugar considerável; nesta, a sensibilidade ocupa quase todo seu ser’. (Baudelaire, 2007, p.19) A sensibilidade de que nos fala Baudelaire diz respeito ao entusiasmo, próprio do coração do artista, em seu transcender de emoções. É como se a natureza fizesse questão de ostentar suas cores e suas formas, induzindo o artífice à sedução. Arrebatado, ele se empolga e se perde diante de tudo o que vê, feito uma criança extasiada a descobrir o mundo. A i

Katharina von Bora e a Reforma Protestante

A freira alemã, Katharina von Bora, fugiu de um convento católico ao se identificar com as ideias protestantes de Martinho Lutero “Em outubro de 1517, portanto há 500 anos, o padre e teólogo alemão Martinho Lutero publicou as suas ‘95 Teses’, uma série de afirmações com as quais contestava práticas e interpretações da Igreja Católica. Esse é considerado, pela maioria dos historiadores, como o marco zero da Reforma Protestante. Lutero é o principal líder do movimento que se espalhou por diversas partes da Europa no século 16, e acabou por redesenhar o mapa religioso do continente, antes predominantemente católico. Lutero ganhou apoio de religiosos que se identificavam com suas ideias reformistas, mas também de governantes e outros líderes políticos, muitas vezes interessados em que o papa tivesse menos poder numa Europa ainda fragmentada, com Estados soberanos nascendo. Algumas das teses de Lutero 24 . Assim sendo, a maioria do povo é ludibriada com as pomposas promess

Eleanor of Aquitaine, a mais moderna mulher da Europa Medieval

Algumas histórias nos parecem tão fantásticas que temos dificuldade em acreditar que de fato aconteceram.  É o caso da de Eleonor, a Duquesa de Aquitânia. Entretanto, sua história foi real, em todos os sentidos.  Eleanor foi uma das mulheres mais poderosas da Idade Média.   Duquesa de Aquitânia por direito próprio, ela entraria como rainha-consorte da França, e mais tarde rainha da Inglaterra. Eleanor era a filha mais velha de William, o Duque de Aquitânia. A data exata de seu nascimento é desconhecida, mas ela foi criada em um dos ambientes mais cultos da Europa na época e recebeu uma excelente educação.   Ela tornou-se mais um importante patrocinadora de poetas e escritores. A morte do único irmão de Eleanor e de seu pai em 1137, deixou-a com uma vasta herança.   Com apenas 15 anos de idade, de repente ela se tornou a herdeira mais elegível da Europa.   Naquele mesmo ano casou-se com Louis, herdeiro de Luís VI da França, que pouco depois tornou-se rei como Louis V