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Mostrando postagens de setembro, 2015

Eu, Improvável

Maio a setembro de 1918 Gus Dewar não se adaptou com facilidade à vida militar. Era um homem alto, desengonçado, e achava difícil marchar, prestar continência e bater com os pés no chão à moda do Exército. Quanto aos exercícios físicos, não praticava nenhum desde os tempos da escola. Seus amigos, que conheciam sua predileção por flores sobre a mesa de jantar e lençóis de linho na cama, haviam pensado que o exército seria um choque terrível para ele. Chuck Dixon, que foi seu companheiro de treinamento de oficiais comentou: -       Gus, em casa você não prepara nem o seu próprio banho. Mas Gus sobreviveu. Aos 11 anos, tinha sido mandado para um internato, de modo que não era novidade para ele ser importunado por valentões e receber ordens de superiores estúpidos. Foi alvo de alguma zombaria por causa de suas origens abastadas e de seus modos impecáveis, porém suportou tudo com paciência. Nos exercícios mais vigorosos, comentou Chuck com surpresa, a silhueta comprida de Gu

Superação

Gilberto era um senhor com cerca de 40 anos. Era casado, com dois filhos em idade escolar. Tinha uma bela casa e dois carros seminovos. Até há dois anos atrás tinha um bom emprego, e um salário bem superior à média. Devido à reestruturação ocorrida na sua empresa, de repente, se viu desempregado. A única coisa de bom no que aconteceu é que fez um acordo muito satisfatório, considerando as circunstâncias de mercado, etc. e com o dinheiro recebido estava garantindo a sua subsistência e da sua família, até agora. No início, estava confiante que iria arrumar uma recolocação num curto prazo de tempo. Afinal, era um executivo experiente, bem formado, com ótimos contatos. Não havia como duvidar que tudo daria certo. Fez uma lista de todos os seus contatos. Falou com cada um contando sua história recente, a sua necessidade, e se colocando à disposição. Todos foram muito simpáticos e ficaram de ver o que conseguiam. O tempo foi passando, e nada de definitivo, que fosse a solução, a

Aquele olhar

Um casal de jovens tinham o mesmo círculo de amizades, e, nesse grupo convivam normalmente. Num determinado dia, ele a olhou, e algo nela o atraiu de uma maneira significativa – ele nunca antes se sentira tão atraído assim por alguém. Ela, se sentindo observada, olhou para ele, e, surpreendentemente, sentiu a mesma coisa.  Ambos, sem entender o que havia acontecido, disfarçaram e continuaram a fazer o que estavam fazendo. A partir daí, continuaram a se relacionar como antes, embora, agora, prestassem mais atenção um no outro. Com o passar do tempo, os colegas comuns intuíram que, independente da negativa de ambos, havia algum futuro comum para os dois. E, começaram a promover encontros, a deixarem os dois sozinhos para conversarem, etc. A coisa foi indo até que, naturalmente, ele declarou seu amor  por ela, e ela respondeu que aquele amor era correspondido. Após um namoro demorado, afinal ambos eram jovens, veio o noivado, e acabaram se casando. Na festa, alguns amigos c

Existência Contínua

Werner Zöllner tinha uma vida normal, em 2032, numa tranquila cidade do Sul da Alemanha. Era um jovem advogado, solteiro, trabalhando  há cerca de um ano   num renomado escritório de advocacia. Tinha diante de si a perspectiva bem definida de sucesso. Sua realização pessoal, profissional   e financeira, só dependia dele mesmo, do seu desempenho.   Estava noivo. Ele só estavam esperando sua situação financeira se consolidar, para pedi-la em casamento,   e poder realizar aquilo que era seu grande sonho: ter a própria família. Entretanto, essa normalidade foi alterada.   Num dia qualquer, indo almoçar, estava caminhando na rua, quando   se viu numa outra condição. Ele era agora era um jovem, num país diferente do seu, numa outra época. Estava em uma lanchonete, com um grupo de outros jovens. Ele tinha consciência de quem ele era então,   quem eram os demais jovens – seus colegas de faculdade, o   que estavam fazendo ali, o que teria que fazer depois, e assim por diante. Ness