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Mostrando postagens de janeiro, 2020

Imigração Alemã – São Paulo

Deutsche Schule, Vila Mariana, 1901 Quando, em 1808 , a família real chegou ao Brasil, Dom João trouxe com ele homens capacitados, entre eles, alemães. Os primeiros imigrantes alemães desembarcaram, em 1827 , no Porto de Santos, e, um ano depois, vieram os colonos, abrigados nas terras altas de Santo Amaro. A partir de 1850 a imigração alemã se intensificou e, com espírito empreendedor, eles se destacaram na capital da província, abrindo negócios, sendo aproveitados em companhias já existentes, criando associações, fundando escolas, hospitais.  Os alemães abriram estradas de ferro e cervejarias, influenciando a cultura geral do país. Destacamos parte dessa história na Vila Mariana, onde a forte presença dessa comunidade contribuiu para a qualidade de vida da região. Urbanismo O engenheiro alemão Alberto Kuhlmann obteve, em 1880 , autorização para construir a Companhia Carris de Ferro , e, mais tarde, operou a linha de São Paulo a Santo Am

Memórias

O termo memória vem do latim ‘ memoriae ’, que significa a capacidade de guardar ou adquirir ideias, imagens e conhecimentos. Até meados do século XX , a maioria dos estudos sobre aprendizagem questionava que as funções da memória seriam localizadas em regiões cerebrais específicas, alguns chegando a duvidar de que a memória seria uma função distinta da atenção, da linguagem, e da percepção. Acreditava-se que o armazenamento da memória seria distribuído por todo o cérebro. A partir de 1861 , foi evidenciado que lesões restritas à parte posterior do lobo frontal, no lado esquerdo do cérebro, chamada de área de Broca, causavam um defeito específico na função da linguagem. Após essa localização os neurocientistas tornaram a voltar-se para a hipótese de se localizar a memória. Wilder Penfield foi o primeiro a conseguir demonstrar que os processos da memória têm localizações específicas no cérebro humano. Penfield havia estudado com o pioneiro em neurofisiologia, Cha

'Brasil acima de tudo’ - ‘Deus acima de todos' (?)

O brado nacionalista só serve como uma boa desculpa para não pensar com a cabeça que nos foi dada. Desde a campanha eleitoral de 2018 , eu me pergunto qual é o sentido possível da divisa ‘ Brasil acima de tudo, Deus acima de todos ’. ‘Deus acima de todos’ só se entende se for completado assim: ‘...acima de todos os que acreditam nele’. Para os que não acreditam em Deus, Ele (ou Ela, se for mulher) não está acima de coisa alguma. Para os que acreditam num deus que não é o nosso, o deus acima de todos seria o deles, e, às vezes, os dois deuses pensam diferente. O maior problema é que, mesmo que acreditemos todos no mesmo deus, nosso entendimento do que ele quer da gente é variado. A história nos presenteou com séculos de guerras pavorosas entre crentes do mesmo deus, cada um convencido de que o tal deus estava combatendo com ele. De fato, no caso, só Deus sabia de que lado estava (eu tendo a pensar que ele estivesse de folga) . Resumindo, para os crentes, a

Intervencionismo ocidental no Oriente Médio

Manifestantes em frente à embaixada dos EUA em Bagdá, no Iraque Intervir na vida dos outros, mesmo que seja ridiculamente teocrática, é uma decisão que acarreta uma certa sensação de onipotência. Eu venho aí e endireito os tortos, e vocês vão me amar por isso. É assim que pensava (e talvez ainda pense) boa parte dos cristãos, a partir do século 4 de nossa era: minha espada está machucando, mas é tudo por amor, quero apenas ‘salvar’ vocês. Os comunistas pensavam parecido: os stalinistas massacraram os camponeses, e os cambojanos de Pol Pot massacraram, ao contrário, os habitantes das cidades. Eles e os cristãos se metiam nas vidas dos outros para realizar algum bem ‘superior’. Vivemos, no Brasil, dias paradoxais: um governo que se pretende liberal, não para de querer intervir na vida concreta da gente (atitude que é o contrário do liberalismo) . Tudo isso em nome de Cristo, que não tem sequer como se revirar no caixão porque, como sabemos, ele ressuscitou f