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Mostrando postagens de novembro, 2016

Casa Arrumada

  “Arrume a casa todos os dias… Mas arrume de um jeito que lhe sobre tempo para viver nela… Casa arrumada é assim: Um lugar organizado, limpo, com espaço livre pra circulação e uma boa entrada de luz. Mas casa, pra mim, tem que ser casa e não centro cirúrgico, um cenário de novela. Tem gente que gasta muito tempo limpando, esterilizando, ajeitando os móveis, afofando as almofadas… Não, eu prefiro viver numa casa onde eu bato o olho e percebo logo: Aqui tem vida… Casa com vida, pra mim, é aquela em que os livros saem das prateleiras e os enfeites brincam de trocar de lugar. Casa com vida tem fogão gasto pelo uso, pelo abuso das refeições fartas, que chamam todo mundo pra mesa da cozinha. Sofá sem mancha? Tapete sem fio puxado? Mesa sem marca de copo? Tá na cara que é casa sem festa. E se o piso não tem arranhão, é porque ali ninguém dança. Casa com vida, pra mim, tem banheiro com vapor perfumado no meio da tarde. Tem gaveta de entulho, daquelas que a gente guarda barbante

Rotinas

Todos indivíduos definem seu modo de viver em sociedade, dependendo das suas relações familiares, da sua vida escolar, dos grupos que frequenta, do seu local de trabalho, da comunidade em que vive, da sua experiência anterior. Consequentemente, com base nisso, constrói a sua subjetividade, o seu universo simbólico, ou seja, estabelece a referência para viver neste ou naquele contexto. Esse universo simbólico é que o que define seu modo habitual de pensar e agir, a sua rotina pessoal e profissional. Quando a cumpre, normalmente se sente bem consigo mesmo. Mas, será que agindo assim estará tirando o maior proveito possível do seu tempo, do seu esforço? Será que não poderia ser mais bem sucedido, mais feliz, mudando essa rotina, atendendo a novas demandas que, eventualmente, prefere ignorar? Nas empresas, para atender a um mercado constantemente competitivo, mudam-se processos, sistemas e exige-se do trabalhador um olhar e um 'modus operandi' sempre atualizado. Se é bom p

Porteiro do Prostíbulo

Não havia no povoado pior emprego do que ‘porteiro da zona’.   Mas que outra coisa poderia fazer aquele homem? O fato é que nunca tinha aprendido a ler nem escrever, não tinha nenhuma outra atividade ou ofício. Um dia, entrou como gerente do puteiro um jovem cheio de ideias, criativo e empreendedor, que decidiu modernizar o estabelecimento. Fez mudanças e chamou os funcionários para as novas instruções. Ao porteiro disse: ¾        A partir de hoje, o senhor, além de ficar na portaria, vai preparar um relatório semanal onde registrará a quantidade de pessoas que entram e seus comentários e reclamações sobre os serviços. ¾         Eu adoraria fazer isso, senhor, balbuciou – Mas eu não sei ler nem escrever.   ¾         Ah! Quanto eu sinto! Mas se é assim, você não poderá seguir trabalhando aqui. ¾        Mas senhor, não pode me despedir, eu trabalhei nisto a minha vida inteira, não sei fazer            outra coisa. ¾     Olhe, eu compreendo, mas não posso fazer