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Mostrando postagens de junho, 2019

A grita das massas

Cancelar a charge editorial pode ser o mesmo que cancelar a própria voz Uma charge do português Antonio Moreira Antunes, publicada recentemente na edição internacional do jornal The New York Times, mostrava o presidente Donald Trump, de quipá e óculos de cego, sendo conduzido por um cachorro com o rosto do primeiro-ministro de Israel, Binayamin Netanayhu. Há dias, o jornal anunciou que estava suspendendo sua seção diária de charges editoriais. O motivo para isto, segundo uma fonte, foi a grita da comunidade judaica pelas redes sociais, considerando a charge antissemita. É de se imaginar o volume dessa grita sobre um jornal que, até então, todos víamos como infenso a qualquer ameaça. Charge do artista português António Moreira Antunes considerada antissemita Nos anos 50 a 70, a imprensa americana teve um quadrinista, Walt Kelly, cuja tira diária, ‘Pogo’, se passava num brejo e em que os personagens, desenhados como animais cruéis, podiam ser a Ku-Klux-Klan, o p

O Homem do Saco, ou Papa Figo

Segundo a lenda, O Homem do Saco pega e carrega crianças que estejam sem nenhum adulto por perto, em frente às suas casas, ou brincando na rua. O sinistro Homem do Saco, também conhecido como ‘Papa Figo’, não tem poderes misteriosos ou místicos, muito menos habilidades sobrenaturais. Mas possui o atributo mais perigoso que pode existir - a mente humana. Originalmente Papa Figo possui uma aparência comum, ainda que bastante feia. É descrito como um homem velho e de jeito esquisito; é comum vê-lo sempre carregando um grande saco pendurado nas costas. Devido ao seu jeito costuma chamar a atenção das pessoas. Por conta disso, o velho Papa Figo prefere agir por meio de seus ajudantes para atrair suas inocentes vítimas, em geral crianças com idade abaixo dos 15 anos. Mas há relatos de jovens de 16 e 17 anos que tiveram seu sumiço associado ao Papa Figo. O Papa Figo seria um homem de bastante posses que, através de promessas de pagamentos em dinheiro, acaba at

Festas Juninas, Arte e Tradição

Heitor dos Prazeres Festas juninas ou joaninas? Se um dia, em algum lugar, foram joaninas (apenas em homenagem a São João), há muito tempo abarcaram também os santos Antônio e Pedro (e ainda Paulo, em tempos mais antigos). Dos rituais pagãos em que se inspiraram – talvez o mais forte tenha sido o costume de desafiar fogueiras –, até chegar aos nossos dias, poucos traços sobraram. Ficou o clima de congraçamento e alegria. Vindas pela via das tradições católicas da Europa, as festas juninas foram definitivamente marcadas por costumes das nações que tinham contato com o Portugal colonizador: ‘Da França veio a dança marcada, característica típica das danças nobres e que, no Brasil, influenciou muito as típicas quadrilhas. Já a tradição de soltar fogos de artifício veio da China, região de onde teria surgido a manipulação da pólvora para a fabricação de fogos. Da Península Ibérica teria vindo a dança de fitas, muito comum em Portugal e na Espanha’. Por ou

Imponderável

Origem Anton era uma rapaz de cerca de 17 anos, originário de uma família de classe média, morava com os pais, estudava e sonhava poder um dia conseguir um bom emprego para ganhar o que fosse necessário conseguir ascender socialmente em relação a seus pais, ser independente, constituir uma família, enfim, progredir. Na sua relação com colegas e amigos era reservado, se posicionava em relação a todos os assuntos mas evitava assumir a liderança de qualquer causa – no máximo apoiava, contribuía dentro de suas possibilidades para o seu sucesso. Preocupava-se, principalmente, com a escalada de violência, preconceito racial e de classe, dificuldade para grande parte da população da sua cidade para ter acesso à educação, assistência médica.   Começou a trabalhar aos 15 anos e conseguia, com seu salário, arcar com suas despesas básicas. A partir daí, para viabilizar, passou a estudar no período noturno. Não se considerava prejudicado por dedicar praticamente todo

Dia dos Namorados

Um pouco de História Ah, o amor. Esse faz qualquer um perder a cabeça. A de Valentim se foi no século 3. O bispo Valentim viveu no Império Romano no século 3. Na época, o Império estava envolvido em muitas guerras e poucos se alistavam como soldados para ajudar nas batalhas. O imperador Claudio II pensou que o problema era o fato de ninguém querer abandonar suas esposas, noivas e namoradas para se arriscar numa guerra. Por isso, o imperador decretou que o casamento estava proibido durante as guerras! Mas o bispo Valentim não conseguiu concordar com isso, e se declarou contrário a essa lei, e continuou oficializando casamentos às escondidas, apesar da proibição, realizando o sonho de jovens casais. Quando a sua prática foi descoberta, ele foi preso e condenado à morte. Durante esse período, muitas pessoas lhe enviavam cartas e flores, contando-lhe que ainda acreditavam no amor, e agradecendo pelos seus atos. Foi também na cadeia que ele se apaixonou pela filha

Em busca do método

Identificar a motivação de Bolsonaro para seus atos é uma tarefa desafiadora ‘Apesar de isso ser loucura, há método nela’, escreveu Shakespeare. Quando se trata de Jair Bolsonaro, não temos muita dificuldade em identificar as loucuras. Mas, encontrar um método nelas é tarefa das mais desafiadoras. O presidente atira para todos os lados. Ele representa a direita nacionalista, dirão alguns O presidente Jair Bolsonaro durante cerimônia na Casa Rosada, em Buenos Aires Não duvido. Bolsonaro inscreveu o ‘Brasil acima de tudo’ em seu dístico de campanha, ameaçou tirar o país de tratados internacionais, desconfia dos chineses e tem fixação pelo nióbio. Mas ele agora está falando em adotar uma moeda comum para o Mercosul, ideia das mais internacionalistas, que deveria causar arrepios em qualquer nacionalista legítimo. Ele é um punitivista reacionário, proclamarão outros De novo, a observação faz sentido. Bolsonaro acaba de vetar a única parte decente d