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Mostrando postagens de setembro, 2018

Sistemas de Governo

   Um professor de economia de uma universidade contou que nunca havia reprovado um só aluno, até que, certa vez, reprovou uma classe inteira. Essa classe em particular havia debatido com ele, insistido, que o comunismo realmente funcionava: com um governo assistencialista intermediando a riqueza, ninguém seria pobre e ninguém seria rico, tudo seria igualitário e justo. O professor então disse: ‘Ok, vamos, experimentalmente, socializar   esta classe. Ao invés de dinheiro, usaremos suas notas nas provas’. Todas as notas seriam concedidas com base na média da classe, e portanto seriam 'justas'. Todos receberão notas iguais, e, teoricamente, ninguém será reprovado, assim como também ninguém receberá um ‘10’. Após calculada a média da primeira prova, todos receberam ‘7’. Quem estudou com dedicação ficou indignado, mas os alunos que não se esforçaram ficaram muito felizes com o resultado. Quando a segunda prova foi aplicada, os preguiçosos estudaram ain

Criando espaço para a dúvida, para o diferente

Quando alguma polêmica captura as paixões e o debate público, passamos por uma espécie de exercício coletivo de lidar com conflitos e divergências. Algumas que me vêm à mente: a causa da morte do Ayrton Senna, os rolezinhos em São Paulo, o impeachment de Dilma Rousseff, a eleição de Donald Trump, o corpo nu no museu, o 7x1, o acordo das Coreias, Marielle Franco assassinada, o clipe da Anitta ou a revelação sobre as autorizações de Ernesto Geisel para assassinatos de opositores ao regime. Com o tempo, as discussões e assuntos vão esfriando até serem esquecidos ou ofuscados por um novo tema da vez. Sejam banalidades ou coisas muito sérias, há qualquer coisa de ameaçador quando somos frontalmente contrariados. Por exemplo, nos debates políticos recentes, fala-se bastante da cisão ou polarização das opiniões como algo muito ruim ou perigoso para a sociedade. O sentimento de estarmos certos é muito prazeroso. Essas polêmicas são prato cheio para acaloradas conversas de bar,

Como as Democracias Morrem

Uma análise crua e perturbadora do fim das democracias em todo o mundo Democracias tradicionais entram em colapso? Essa é a questão que Steven Levitsky e Daniel Ziblatt - dois conceituados professores de Harvard - respondem ao discutir o modo como a eleição de Donald Trump se tornou possível. Neste horizonte em que as margens de opção se estreitam, vale a pena ler ‘Como as Democracias Morrem’. Lançado no início do ano e elogiado pela crítica, o livro já tem sua edição brasileira. Breve, instrutivo, claro, com argumentação bem articulada e lúcida, o texto tem o foco central nos   riscos que o governo Trump representa para a vida política americana. Mas há um olhar para o cenário mundial, sobretudo países onde o autoritarismo tem reprimido direitos dos cidadãos. Embora os autores não mencionem o Brasil, algumas reflexões suas também cabem aqui. Segundo eles, democracias já não morrem mais do jeito que morriam antes − as quarteladas dos tempos da Guerra Fria. Hoje,

Fases da Vida

Cada época da nossa vida tem uma característica própria que a identifica. Refletir sobre elas com antecedência poderá ajudar a nos prepararmos para a fase seguinte, e a superá-la com maior facilidade, competência. Quanto maior for nossa capacidade para superar cada fase, além de nos sentirmos realizados, estaremos contribuindo para a evolução da nossa sociedade -  aquela imagem que projetamos servirá como exemplo positivo para os demais, para ajudá-los a enfrentar e a superar as suas próprias fases – naturalmente, vale o inverso.   Se projetarmos isso em escala, ficará fácil concluir que dependendo da nossa atuação, estaremos contribuindo mais ou menos para o processo de aproximação da humanidade daquilo que seria a sociedade ideal.  Uma sociedade na qual as necessidades básicas fossem normalmente atendidas, sem estresse, deixando espaço para elevação da capacidade de cognição e produção racional das pessoas, além do desenvolvimento, valorização e disseminação dos melhores

Buscador

    Esta é a história de um homem que eu definiria como um buscador. Um buscador é alguém que busca, não necessariamente alguém que encontra. Tampouco é alguém que sabe o que está buscando. É simplesmente alguém em que sua vida é uma busca. Um dia, o buscador sentiu que devia ir até a cidade de Kammir. Ele aprendeu a dar importância para estas sensações que vinham de um lugar desconhecido de si mesmo. Assim deixou tudo e partiu. Depois de dois dias de caminhada por caminhos poeirentos, ao longe avistou, Kammir. Um pouco antes de chegar ao povoado, uma colina à direita do caminho chamou muito a atenção. Estava coberta por um verde maravilhoso e havia uma porção de árvores, pássaros e flores encantadoras; rodeada por completo por uma espécie de vala pequena de madeira lustrada. Uma portinhola de bronze o convidava a entrar. Logo, sentiu que esquecera o povoado e sucumbiu à tentação de descansar por um momento naquele lugar. O buscador traspassou o portal e começou a camin

OMNIA, O PAÍS DE TODOS

Eugênio é um consultor especializado em organização administrativa empresarial. Nos clientes para as quais presta consultoria, observou um número cada vez maior de funcionários originários de outros países, imigrantes.   Tratam-se de pessoas que saíram de seus países de origem, coagidos pela falta de segurança, acesso à educação, assistência médica, trabalho, moradia, liberdade de expressão, e, às vezes, até a produtos básicos.  Para eles, deixar tudo para trás, não foi uma opção, foi uma necessidade. Naturalmente, esses imigrantes com os quais Eugênio teve oportunidade de conversar, não tinham condições ideais para se instalar com facilidade no novo país. Então, independentemente de sua formação, qualificações, se sujeitavam e aproveitavam a primeira oportunidade que lhes era oferecida - pela indústria e comércio locais, ou pelo governo, entidades assistenciais e filantrópicas, à espera do surgimento no futuro de melho