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Mostrando postagens de junho, 2018

Diferença entre Ética e Moral

Ética A palavra ‘ética’ vem do grego ethos. Em sua etimologia, ethos significa literalmente morada, habitat, refúgio. O lugar onde as pessoas habitam. Mas, para os filósofos, a palavra se refere a ‘caráter’, ‘índole’, ‘natureza’.  Sócrates coloca o autoconhecimento como a melhor forma de viver com sabedoria. E, seguindo a máxima de Aristóteles em ‘Ética a Nicômaco’, e em seu pensamento moral de forma geral, ‘somos o resultado de nossas escolhas’.  Aristóteles acreditava que a ética se caracteriza pela finalidade e pelo objetivo a ser atingido, isto é, que se possa viver bem, ter uma vida boa, com e para os outros, com instituições justas.  Já Platão entende que a justiça é a principal virtude para que se possa viver bem, ter uma vida boa, com e para os outros, com instituições justas.  Neste sentido, a ética é um tipo de postura e se refere a um modo de ser, à natureza da ação humana, ou seja, como lidar diante das situações da vida, e ao modo como convivemos e estabe

Administração de Pessoal

Equipes e Empresas Vencedoras     Todos, em algum momento da vida,   teremos que administrar, liderar pessoas. Alguns têm um dom natural para isso, e outros, a maior parte, têm que aprender como fazer.   Como poucos têm oportunidade de frequentar cursos para aprender as melhores técnicas, a maioria aprende da pior maneira possível -   através de erros e acertos, que muitas vezes podem deixar marcas difíceis de apagar ou pagar.  O administrador de pessoal, o líder, é alguém que tem a responsabilidade de conseguir que todos de sua equipe deem o melhor de si na função que lhe for atribuída, para que o grupo atinja o seu objetivo, sua razão de ser, do melhor modo possível – com menor desgaste pessoal, menor prazo e custo.  Todos temos qualidades e defeitos. O líder, em princípio, tem que trabalhar com o material humano que dispõe, orientando, atribuindo tarefas, de forma a otimizar e aproveitar as melhores qualidades de cada liderado; e eliminar

Benção Nahuatl

Esta é uma antiga oração / benção que remete ao perdão, carinho, desapego e libertação. O original está no idioma Nahuatl, falado desde o século VII na região central do México.  Lendo do texto vieram-me à lembranças pessoas que passaram pela minha vida e que raramente são lembradas, reverenciadas. Aproveitei então a oportunidade. Apenas senti por não ter feito isso pessoalmente, quando ainda era possível. Mas, não me sinto culpado; devo ter tido meus motivos por não ter feito na época. Aliás, uma das suas   afirmações bondosamente vem confirmar a validade desse meu pensamento: “Eu entendo a mim mesmo, porque só eu vivi e experimentei minha história; porque me conheço, sei quem sou, o que sinto, o que faço e porque. Respeito-me e me aprovo.” Eu liberto meus pais do sentimento de que já falharam comigo .  Eu liberto meus filhos da necessidade de trazerem orgulho para mim . Que possam escrever seus próprios caminhos de acordo com seus corações, que su

Depressão brasileira

O fracasso em constituir uma esperança compartilhada que dê sentido à nação   As afirmações genéricas sobre o estado de espírito de um povo são facilmente enganosas: ao diagnosticarmos um grupo ao qual pertencemos, psicólogos, antropólogos, jornalistas etc., tendemos a atribuir à coletividade sentimentos que são apenas os nossos. É por isso que, em tese, não faço diagnósticos coletivos temerários. Só que hoje é um pouco diferente: desde 1985, quando comecei a clinicar no Brasil, não me lembro de ter percebido um desânimo tão difuso e generalizado quanto agora. Uma pesquisa recente do Datafolha aponta que 72% dos brasileiros enxergam uma piora do cenário econômico, embora só 49% declarem que passaram de fato por um retrocesso. Ou seja, não é necessário sofrer da crise para ‘sentir’ que estamos mal. Os dois sintomas básicos para diagnosticar um transtorno depressivo maior são o humor deprimido (sentir-se triste e sem esperança), e uma diminuição do interesse em quase todas a

Escada da Vida

Carlos, desde que nasceu, inconscientemente começou a subir a sua escada da vida. O ato de nascer foi o primeiro degrau que ele escalou na sua ascensão. Foi indo, indo, se alimentando, observando o mundo, as pessoas ao seu redor, e foi encontrando a si mesmo em relação a tudo aquilo.   Percebeu que quando se manifestava obtinha alguma resposta. Ela podia vir ao encontro daquilo que desejava, ou muito pelo contrário. Embora sem muita consciência, foi aprendendo a se comportar para conseguir realizar, atender às suas necessidades.  Eventualmente, foi conseguindo obter respostas que não vinham ao encontro de suas necessidades, mas sim dos seus desejos.   E assim foi, crescendo, subindo a sua escada. Entrou na escolinha infantil e começou a se socializar de uma maneira mais sistemática -agora com outros da mesma idade que ele. Percebeu que tudo aquilo que havia aprendido até agora estava sendo muito útil, o ajudava nas suas conquistas. Conforme a sua escalada progred

Teoria científica criada por casal de psicólogos ajuda pessoas a construírem relacionamentos saudáveis

'Sound Relationship House Theory' ou ‘A Casa do Relacionamento Saudável’ divide os relacionamentos em três sistemas: significado, conflito e amizade, e apresenta comportamentos destrutivos incompatíveis com uma relação bem-sucedida Fundamentais para saúde e bem-estar, os relacionamentos só são saudáveis quando trazem benefícios para as duas pessoas, por meio de apoio mútuo –porém, não é raro ver relações bem distantes disso, com barreiras que se multiplicam e impossibilitam o amadurecimento do vínculo-, que, por sua vez, conduz à segurança, companheirismo, afetuosidade, plenitude. E, é claro, à tão sonhada felicidade. Isso todo mundo sabe. Mas o casal de psicólogos e pesquisadores, John Gottman e Julie Schwartz Gottman, sabe um pouco mais que isso. Além de saber, descobriu que ao contrário do que se imagina, ter bons relacionamentos não é questão de sorte. ‘Há muito o que se fazer para construir um relacionamento saudável. Essa é a grande lição que os doutores

Ideias e Políticas Autoritárias

Por que estamos nós outra vez conversando sobre fascismo? Com a pergunta, Madeleine Albright, Professora de Relações Internacionais na Georgetown University, em Washington, abre seu recém-lançado livro ‘Fascism: a warning’ (‘Fascismo: um alerta’). Ela sabe do que fala: além da carreira acadêmica, tem a experiência de quem foi embaixadora na ONU e Secretária de Estado no Governo Clinton; e também a história pessoal − quando menina, sua família judia precisou deixar a Checoslováquia natal para escapar dos nazistas; regressou no final da guerra, mas logo retomou o exílio, dessa vez devido à ditadura comunista. O que a moveu a escrever o livro foi constatar que existe hoje um flerte com ideias e políticas autoritárias, com cheiro de fascismo, pondo em risco a justiça e a paz. Tendo conhecido vários déspotas da vida real, Albright está muito longe dos que ficam rotulando adversários de ‘fascistas’, para assim se livrarem da tarefa de fundamentar o que afirmam. ‘Se nos entregamos a

IKIGAI, o segredo japonês para um vida longa, feliz e saudável

Esse conceito antigo, que aponta caminhos para descobrir nossas razões de viver, pode estar por trás da longevidade acima da média e a serenidade dos cidadãos de uma região do Japão. Você sabe por que se levanta pela manhã? Se consegue responder a isso, então, você já encontrou seu ikigai, um conceito japonês antigo que pode ser a chave para uma vida longa, feliz e saudável.  Não existe uma tradução direta para o termo. O mais próximo que se pode chegar é a descrição feita por Ken Mogi, autor do livro ‘Ikigai: Os cinco passos para encontrar seu propósito de vida e ser mais feliz’ (Astral Cultural, 2018).  ‘Ikigai é a sua razão de viver’, diz o neurocientista japonês. ‘É o motivo que faz você acordar todos os dias’. O conceito vem de Okinawa, um grupo de ilhas ao sul do Japão, com uma população de moradores centenários bem acima da expectativa de vida média, mesmo para os padrões japoneses.  Muitos acreditam que o ikigai é o segredo de sua longevidade. O termo é bem conh